terça-feira, 17 de maio de 2011

Biocarvão é opção para seqüestro de carbono.

O biochar é obtido a partir da transformação da biomassa em carvão















Foto: Envolverde

Metodologia aproveita conhecimentos tradicionais indígenas

09/05/2008 - Uma técnica agrícola conhecida há milhares de anos pelos índios da Amazônia está sendo resgatada e avaliada como uma alternativa para lidar com o aquecimento global. A prática de adicionar o carvão resultante da queima de matéria orgânica à terra aumenta a fertilidade do solo, a produção agrícola e a eficiência do seqüestro de carbono da atmosfera, além de ser mais uma fonte de produção de energia.

Pelo método mais usual de se capturar carbono, as plantas absorvem o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera pelo processo da fotossíntese. No entanto, quando esses vegetais morrem, são decompostos por microorganismos, que acabam liberando o CO2 novamente no ambiente. Esse ciclo faz com que a remoção do carbono não seja permanente.

A redescoberta de uma técnica chamada de “biochar” ou biocarvão (que na região da Amazônia resultou na conhecida Terra Preta dos Índios) mostra que, quando as plantas são queimadas na floresta, parte do carbono absorvido por elas se transforma em carvão e se torna resistente ao ataque de microorganismos. Dessa maneira, o CO2 fica armazenado no solo por centenas ou milhares de anos.

O biochar é obtido a partir da transformação da biomassa (madeira, plantas, resíduos florestais) em carvão pelo processo de combustão conhecido como pirólise – caracterizado pelo aquecimento na presença de pouco ou nenhum oxigênio. A produção de biochar exige a queima a temperaturas superiores a 400 graus. A pirólise, sem oxigénio, permite reter de 20% a 50% do carbono presente nestes materiais.

Potencial

Um dos maiores defensores dessa idéia é o pesquisador Johannes Lehmann, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ele e seus colaboradores estudaram solos agrícolas de civilizações anteriores e perceberam o imenso potencial dessa “terra preta” para seqüestrar carbono e fertilizar a terra ameaçada pela desertificação.

Na região amazônica Lehmann percebeu que os teores mais altos de matéria orgânica encontrados em alguns locais eram resultado da deposição por centenas ou até milhares de anos de restos vegetais carbonizados, assim como de restos de comida e ossos - o que conferiu aos solos características químicas, físicas e biológicas que os tornam desejáveis do ponto de vista agrícola.

O pesquisador propõe que resíduos de plantas ou plantações voltadas para bioenergia sejam transformados em biochar como uma maneira de estocar carbono. O carvão resultante do processo ainda pode ser queimado para se produzir energia, mas essa prática, diferentemente do enterro do material no solo, não armazena carbono.

Lehmann e seu colega John Gaunt calcularam que o estoque de biochar no solo produz 30% menos energia do que a sua queima, mas evita emissão de CO2 em duas a cinco vezes. A quantidade de carbono poupada com armazenamento de carvão é muito maior do que a que se poderia poupar ao usar o biochar como um substituto para os combustíveis fósseis, explica Lehmann.

“Um consenso geral é de que mesmo que se invista e utilize a maior proporção possível de biomassa para produção de energia, as nossas necessidades energéticas nunca serão supridas. Então, o que a bioenergia pode fazer com a opção do biochar é reduzir emissões e representar carbono fora da atmosfera”, avalia.

Mais estudo

Autores de um artigo publicado na última semana na revista Science descobriram que o carvão pode desencadear atividade microbiana quando misturado a outros componentes do solo - aumentando a liberação de carbono do húmus e compensando benefícios potencias da técnica.


O pesquisador da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas, David Wardle, e seus colegas, colocaram pacotes contendo carvão e húmus (meio a meio) em três locais diferentes de uma floresta da Suécia e deixaram o experimento lá por dez anos. Depois desse período, a quantidade de carbono e massa perdidos foi maior nos pacotes que continham a mistura (23%) do que naqueles com componentes individuais (15%).

O carvão possui uma grande área de superfície e absorve bem as moléculas orgânicas, criando um ambiente que acelera degradação do húmus por microorganismos, explica Wardle. “Eu não discordo que o carvão possa ter um grande potencial, mas precisamos reconhecer que ele não fica apenas lá parado”.

“Será muito importante olhar para as implicações do ciclo natural do carbono negro e para o avanço da adição do biochar ao solo como meios de seqüestro de carbono”, afirma Lehmann. No entanto, ele diz que não vê nenhuma evidência que possa alarmá-lo mais do que a idéia de colocar biochar no solo para aumentar a captura de carbono pelo solo. Ele observa ainda que o ambiente da floresta boreal na Suécia possui uma camada mais rica em matéria orgânica para as bactérias se alimentarem do que os solos de agricultura – onde o biochar provavelmente seria acrescentado.





terça-feira, 10 de maio de 2011

PROJETO “Câmara nas Escolas” - São Sebastião

Artigo do Vereador PH - São Sebastião




Em 2010 elaborei o projeto “Câmara nas Escolas” que visa levar aos estudantes os conhecimentos básicos sobre o funcionamento dos municípios, estados e a federação, bem como detalhar as atribuições dos vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores e presidente da república. Pensando na formação de cidadãos conscientes, é que existe a necessidade de inserir a educação ambiental no ambiente escolar, de maneira que todos se mobilizem de forma efetiva para a melhoria da qualidade de vida.Diante dos problemas ambientais do mundo, é muito importante que as novas gerações possam ter em seus currículos escolares a dimensão ambiental porque a escola é um lugar ideal para que esse processo aconteça.



Eu, particularmente, defendo a idéia de que Educação Ambiental no âmbito escolar deve ser tratada como científica, ou seja, deve ser uma disciplina que atue separadamente de outras, pois hoje é tida como um tema transversal e que muitas vezes se torna esquecido, devido ao fato de os estudantes ficarem presos aos conteúdos que lhes são estabelecidos e que na maioria das vezes são tão extensos que o mesmo não consegue concluí-los até o fim do ano letivo, e muitos professores não se sentem na obrigação da aplicação de um tema transversal, embora este seja de extrema importância.



A educação ambiental ganhou notoriedade com a promulgação da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu uma Política Nacional de Educação Ambiental e, por meio dela, foi estabelecida a obrigatoriedade da Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira. A lei 9.765/99 precisa ser mencionada como um marco importante da história da educação ambiental no Brasil, porque ela resultou de um longo processo de interlocução entre ambientalistas, educadores e governos.



A escola é um espaço privilegiado para estabelecer conexões e informações, como uma das possibilidades para criar condições e alternativas que estimulem os alunos a terem concepções e posturas cidadãs, cientes de suas responsabilidades e, principalmente, perceberem-se como integrantes do meio ambiente. A educação formal continua sendo um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ecológica e social.



Somente desta maneira é que se torna possível acreditar na possibilidade de mudar condutas e valores e, assim, formar pessoas que, através da disseminação de suas convicções, trabalharão por uma nova maneira de relacionar-se com o mundo e seus recursos naturais e também com as outras pessoas.Sendo assim, enfrentamos um momento de mudança de paradigma com relação à concepção de uso de recursos naturais e convivência com o meio ambiente. A crise que vivenciamos pode ser considerada como uma crise de valores, o que tem gerado problemas sociais e ambientais das mais variadas proporções.



A Educação Ambiental tem assumido nos últimos anos o grande desafio de garantir a construção de uma sociedade sustentável, em que se promovam, na relação com o planeta e seus recursos, valores éticos como cooperação, solidariedade, generosidade, tolerância, dignidade e respeito à diversidade.



Afinal de contas, a Educação Ambiental é conteúdo e aprendizado, é motivo e motivação, é parâmetro e norma. Vai além dos conteúdos pedagógicos, interage com o ser humano de forma que a troca seja uma produção de conceitos e conhecimento positiva para ambos. Educadores ambientais são pessoas apaixonadas pelo que fazem. E, para que o respeito seja o primeiro sentimento motivador das ações, é preciso que a escola mude suas regras para se fazer educação ambiental de uma forma mais humana.



Além disso, a Educação Ambiental caracteriza-se por adotar a gestão ambiental como princípio educativo do currículo e por centrar-se na idéia da participação dos indivíduos na gestão dos seus respectivos lugares: seja a escola, a rua, o bairro, a cidade, enfim, o lugar das relações que mantém no seu cotidiano. Entendemos que o papel principal da educação ambiental é contribuir para que as pessoas adotem uma nova postura com relação ao seu próprio lugar. Assim fica a dica para que a Secretaria Municipal de Educação, promova a Educação Ambiental como conteúdo fundamental para a formação de nossas crianças.



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Casa usa energia gerada por fotossíntese

fonte: ecoplanet4

Atualmente duas formas de geração de energia estão passando por problemas: hidrelétrica em Belo Monte, com a escolha infeliz do local para ser construída e a nuclear, com as explosões no Japão. Energia solar e eólica já existem e precisam ser mais utilizadas. Mas aí, quando isso acontecer, qual será a matriz energética “do futuro”? A energia por fotossíntese é uma grande candidata a esse posto.


O projeto, criado pela Universidade de Cambridge (Reino Unido), mostra uma casa com a energia proveniente de algas geneticamente modificadas.


Com o nome “Casa Das Algas” a construção leva uma série de tubos que abrigam as algas, destituídas de enxofre, que produzem o hidrogênio que vai se transformar na energia consumida pela casa. Para o processo ocorrer sem anormalidades, os pesquisadores perceberam que a intensidade da luz dentro dos tubos deveria mudar de acordo com o clima da região: Mais intenso durante o inverno e mais ameno durante o verão.



Os pesquisadores garantem que a casa gera energia para duas pessoas com todos os produtos modernos (computador, microondas, TV, etc) ligados.



Geração de EnergiaEmpresa projeta geradores de energia eólica para áreas urbanas


Foto: Divulgação (fonte ecoplanet4).

Grandes, as turbinas eólicas de larga escala são bem potentes e podem gerar grande quantidade de energia, mas também requerem grandes investimentos em infraestrutura. Mas, e se pudéssemos aproveitar o poder do vento em locais próximos das cidades sem causar alguma obstrução na paisagem?


A ideia é da NL Architects e o objetivo é explorar a “domesticação” do vento com as Powers Flowers – espécies de turbinas dispostas em formato de árvores.


Esses pequenos e quase inaudíveis geradores de vento poderiam ser colocados em qualquer cidade com poucos edifícios e ainda serviriam como esculturas artísticas, já que possuem um visual agradável.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Volvo Construction Equipment - O formato daquilo que está por vir




fonte:http://www.volvo.com/

Satisfazendo as demandas futuras com a tecnologia do amanhã
Para liderar a indústria com qualidade, segurança e cuidados com o meio ambiente, o equipamento que a Volvo CE concebe e fabrica deve ser de ponta, em termos tecnológicos.

Este site observa o trabalho de um grupo de desenhistas industriais que buscam o design ideal para a escavadeira da Volvo Construction Equipment, lá pelo ano de 2020.

Com os valores corporativos na essência da filosofia de design, o resultado final - a escavadeira SfinX - é um marco do avanço do pensamento tecnológico da Volvo e também mostra a direção para onde a empresa quer ir, na sua busca por excelência do produto e intimidade do cliente.


Veja o vídeo e experimente o conceito da escavadeira ou faça o download da brochura para maiores informações.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Os Resíduos Sólidos, o problema é nosso.

Por Paulo Henrique Ribeiro Santana - PH, Vereador.

fonte: http://www.radiosaoseba.com.br/




O tratamento dado aos resíduos sólidos no Brasil não pode ser bem avaliado a partir da própria dificuldade em obter informações confiáveis e detalhadas sobre o tema. Os dados existentes sobre o assunto são escassos, falhos e conflitantes, a começar das estimativas sobre a quantidade de resíduos gerados.

A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB calculou que a geração de resíduos sólidos municipais, em 1994, era de 59 mil toneladas por dia, com base na geração média por habitante, estimada em 0,5kg/hab/dia, e na população efetivamente atendida pela coleta de lixo. Os dados obtidos são, portanto, uma subestimativa do lixo efetivamente gerado pela população brasileira.

Quanto ao lixo hospitalar, o recolhimento era efetuado em apenas 2.442 Municípios brasileiros. Do total coletado, 45% do lixo não tinha coleta especial, sendo misturado ao lixo comum, 42,3% era despejado em vazadouros a céu aberto, 6% jogado em aterros, e só 0,4% era disposto em aterros de resíduos especiais. O lixo industrial, por sua vez, era coletado em 1.505 Municípios dos 4.425 pesquisados. Desse total, 66% não tinham coleta especial e os resíduos industriais eram misturados ao lixo comum, depositados em vazadouros ou “lixões” a céu aberto. Há estimativas que apontam para a existência de 12.000 lixões a céu aberto espalhados pelo País.

Os dados sobre a composição do lixo também são parcos. Segundo a Prefeitura de São José dos Campos, o lixo doméstico produzido naquele Município é composto por 65% de matéria orgânica, 27% de material reciclável (papel, vidro, metal, plástico e resíduos da construção civil) e 8% de resíduos não recicláveis, incluindo os provenientes das unidades de serviços de saúde. Embora a cidade possua um programa de coleta seletiva e reciclagem, não há informações sobre suas respectivas quantidades.

A coleta seletiva é realizada em apenas 135 Municípios brasileiros, a maior parte dos quais situa-se nas regiões Sudeste e Sul, segundo o Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE. A reciclagem é outro aspecto sobre o qual há poucas informações e, ainda assim, as mesmas merecem ser analisadas com muita cautela.
Segundo o Prof. João Tinoco, consultor da Organização Mundial de Saúde, menos de 3% do lixo passa por processos de compostagem e apenas 2% é reciclado. A grave situação quanto ao tratamento dos resíduos sólidos no Brasil é resultado, por um lado, da falta de recursos destinados ao setor, bem como do despreparo e desinteresse das administrações municipais, e, por outro, da falta de cobrança por parte do Ministério Público e da sociedade como um todo.
Os recursos arrecadados com a cobrança de limpeza urbana, na maior parte dos casos, são insuficientes para as despesas. Muitos Municípios sequer cobram essa taxa. Aliás, convém mencionar que tramitam na Justiça diversas ações questionando a constitucionalidade de tal cobrança. Como o serviço não seria divisível, teria que ser custeado por impostos em geral e não por taxa. A disposição dos resíduos sólidos poderia estar em outra situação se fosse exigido o cumprimento mínimo da legislação ambiental vigente.

Mesmo considerando ser eminentemente municipal a competência para o tratamento do lixo, a legislação ressente-se de uma política nacional de resíduos sólidos, bem como de normas gerais e de âmbito nacional, visando não apenas o correto gerenciamento dos resíduos, mas, principalmente, a redução da sua geração. Isso requer o estabelecimento de mecanismos que extrapolam as competências municipais e estaduais, como, por exemplo, a atribuição de responsabilidades aos fabricantes pelo ciclo total do produto, incluindo a obrigação de recolhimento após o uso pelo consumidor, ou tributação diferenciada por tipo de produto.


No entanto seria importante que o município iniciasse a discussão sobre o Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, pois em futuro próximo, não poderemos mais “exportar” os nossos resíduos, fica aí a dica para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.



quarta-feira, 23 de março de 2011

Brasil precisa investir R$ 22 bilhões até 2015 para garantir abastecimento de água

fonte:
Ascom/ANA

Créditos: Ricardo Zig Koch Cavalcanti/Banco de Imagens ANAEstação de Tratamento de Água (ETA)Dos 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter déficit no abastecimento de água. Desses, 84% necessitam de investimentos para adequação de seus sistemas produtores e 16% precisam de novos mananciais.

foto: autor desconhecido

Levantamento inédito em todo o País coordenado pela Agência Nacional de Águas, o Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água reúne informações detalhadas sobre a situação dos 5.565 municípios brasileiros com relação às demandas urbanas, à disponibilidade hídrica dos mananciais, à capacidade dos sistemas de produção de água e dos serviços de coleta e tratamento de esgotos.



O Atlas revela que 3.059, ou 55% dos municípios, que respondem por 73% da demanda por água do País, precisam de investimentos prioritários que totalizam R$ 22,2 bilhões. As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas, que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, ou seja, 72% da população. Concluídas até 2015, as obras podem garantir o abastecimento até 2025.



O Atlas Brasil consolida o planejamento da oferta de água em todo o País a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente (sistemas de captação de água, elevatórias, adutoras e estações de tratamento) e da identificação das melhores alternativas técnicas. É o resultado do trabalho feito em articulação com órgãos do governo federal, estaduais e municipais.



O Norte e o Nordeste possuem, relativamente, as maiores necessidades de investimentos em sistemas produtores de água (mais de 59% das sedes urbanas). Chama a atenção a precariedade dos pequenos sistemas de abastecimento de água do Norte, a escassez hídrica no Semiárido e a baixa disponibilidade de água das bacias hidrográficas litorâneas do Nordeste. No Sudeste, os principais problemas decorrem da elevada concentração urbana e da complexidade dos sistemas produtores de abastecimento, que motivam, muitas vezes, disputas pelas mesmas fontes hídricas.



“O intenso trabalho que resultou no Atlas Brasil ajuda o país a identificar os gargalos e carências de várias regiões, os conflitos vivenciados nos grandes centros urbanos pelas mesmas fontes mananciais e a avaliar suas infraestruturas para atender adequadamente ao abastecimento público.



Cada um dos 5.565 municípios brasileiros, um a um, foi avaliado. Dessa forma, é uma ferramenta indispensável para a tomada de decisões e para a racionalização de investimentos em todo o País.”, disse a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. “O que estamos propondo é a ação articulada e integrada entre União, Estados e Municípios, e entre os setores de recursos hídricos e de saneamento, para o sucesso das alternativas, das quais dependem, em grande parte, a sustentabilidade urbana, econômica e ambiental das cidades, grandes e pequenas. A experiência adquirida na construção do Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água leva-nos a pensar em propostas ainda mais ousadas, como um Atlas da Universalização do Abastecimento de Água, atendendo também as comunidades isoladas dos nossos municípios, em sintonia com as diretrizes da Presidente Dilma Rousseff, de priorizar o combate à miséria extrema no Brasil”, completou a ministra.



INVESTIMENTOS



Juntos, Nordeste e Sudeste demandam 74% do total dos investimentos necessários, que equivalem a R$ 16,5 bilhões que seriam destinados a 2.076 municípios. Essas duas regiões requerem grande volume de investimentos devido ao maior número de aglomerados urbanos e por causa do Semiárido, que demanda grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água.



Do total dos recursos, 51% correspondem à adoção de novos mananciais (R$ 11,3 bilhões para 703 municípios), incluindo a conexão de atuais sistemas isolados a sistemas integrados, enquanto 49% restantes (R$ 10,9 bilhões) destinam-se à ampliação de sistemas de produção de água existentes (isolados ou integrados) para 2.356 sedes urbanas.



“O Atlas Brasil é estudo alicerçado na garantia de que as informações e propostas apresentadas são fruto de amplo consenso, alinhado entre representantes dos prestadores de serviços de abastecimento de água, órgãos de gestão dos recursos hídricos, Comitês e Agências de Bacias Hidrográficas, entre outras entidades municipais, estaduais e federais vinculadas aos setores de recursos hídricos e saneamento, que traz não apenas as soluções, mas formas de financiamento das obras propostas”, disse o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu.



ESGOTOS



A universalização dos serviços de saneamento é a meta básica de longo prazo a ser alcançada pelo País. O Atlas, porém, propõe a implantação de redes coletoras e Estações de Tratamento de Esgotos – ETE em municípios onde o lançamento de efluentes (esgotos sanitários) tem potencial para poluir mananciais de captação. Para isso, seriam necessários investimento adicionais de R$ 47,8 bilhões, sendo R$ 40,8 bilhões em sistemas de coleta e R$ 7 bilhões em tratamento de esgotos. Portanto, os investimentos necessários no longo prazo somariam R$ 70 bilhões, considerados os gastos de R$ 22, 2 bilhões para evitar déficit de abastecimento até 2015, e os R$ 47,8 bilhões necessários para manter a qualidade dos mananciais no futuro.



Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, devido à pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público. Os lançamentos de esgotos sem tratamento dos municípios localizados rio acima influenciam diretamente na qualidade das águas das captações rio abaixo.



PANORAMA REGIONAL



Norte: A região requer investimentos de R$ 1,9 bilhão. Amazonas e Pará concentram 77% dos investimentos do Norte (R$ 1,5 bilhão), destinados a 167 sedes urbanas. A opção de aproveitar as fontes de elevada disponibilidade hídrica foi predominantemente adotada nos grandes centros, como nos casos de Belém e Manaus, onde estão previstos R$ 756,7 milhões em recursos (39% do montante para toda a região). Cerca de R$ 1,4 bilhão estão voltados à ampliação de sistemas produtores abastecidos por fontes hídricas superficiais em 76 cidades, distribuídas predominantemente no Pará (sul do estado e eixo do rio Tapajós), Amazonas (Alto Rio Negro e região metropolitana de Manaus) e norte do Tocantins. Nas cidades de pequeno e médio portes, prevalecem as soluções baseadas na exploração de águas subterrâneas (poços rasos ou profundos), onde as restrições de acessibilidade são preponderantes na escolha de alternativas simplificadas, que não onerem ou inviabilizem a produção de água em localidades isoladas. Acesse aqui as informações sobre os estados do Norte.



Nordeste: São previstos aportes de R$ 9,1 bilhões (mais de 40% dos recursos do ATLAS), para 1.344 municípios. Mais da metade dos investimentos se concentra na Bahia e em Pernambuco (R$ 5 bilhões). Do total, R$ 3,4 bilhões destinam-se a ampliações de sistemas produtores em 919 sedes urbanas, entre os quais R$ 2,6 bilhões (para 424 cidades) correspondem a sistemas abastecidos por mananciais superficiais (prevalentes nos eixos do rio São Francisco e do litoral nordestino, norte de Alagoas, oeste da Bahia e em todo o Ceará) e R$ 777,4 milhões para novos poços, distribuídos especialmente na região nordeste da Bahia, interior e litoral norte do Maranhão e centro-norte do Piauí. Acesse aqui as informações sobre os estados do Nordeste.



Semiárido: Para essa região, área com maior escassez de água do Brasil, formada por oito Estados nordestinos e pelo Norte de Minas Gerais, os investimentos previstos totalizam R$ 6,4 bilhões (29% do total previsto para o País), com destaque para Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, que reúnem a maior parcela dos recursos (24%). Dos 1.133 municípios que compõem a região, 826 sedes requerem investimentos para ampliar a oferta de água, predominantemente na conexão a sistemas integrados projetados ou com obras em andamento (R$ 3,6 bilhões para 218 das sedes).



Centro-Oeste: A região requer investimentos de R$ 1,7 bilhão. O Distrito Federal, que abrange 30 regiões administrativas, e Goiás concentram o maior volume de investimentos, totalizando R$ 1,5 bilhão (85% dos recursos de toda a região). No Centro-Oeste predominam os investimentos na ampliação de sistemas produtores, representando 57% dos recursos (R$ 976,3 milhões para 161 municípios). Desse universo, R$ 55,4 milhões destinam-se a novos poços para 76 sedes urbanas concentradas, em grande parte, nos eixos centro-sul e leste do Mato Grosso do Sul e em todo o interior de Goiás. Os demais R$ 920,9 milhões, associados a ampliações de sistemas abastecidos por mananciais superficiais, referem-se ao atendimento de 85 sedes localizadas, predominantemente, no norte de Mato Grosso e Goiás e na região metropolitana de Goiânia. Exatos 42% dos investimentos do Centro-Oeste vinculam-se à adoção de novos mananciais (R$ 713,4 milhões para 44 cidades), com destaque para os novos mananciais previstos para o Distrito Federal, incluindo os aproveitamentos no lago Paranoá e na barragem de Corumbá IV. Acesse aqui as informações sobre os estados do Centro-Oeste.



Sudeste: São necessários investimentos totais de R$ 7,4 bilhões para o Sudeste, sendo que 87% dos investimentos estão concentrados em 274 municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde também se reúne o maior número de projetos existentes. Mais da metade dos recursos (R$ 4 bilhões) destina-se à adoção de novos mananciais para 111 sedes urbanas, distribuídas principalmente no interior de São Paulo, sul e oeste de Minas Gerais e na região metropolitana de São Paulo. Os demais R$ 3,4 bilhões (46% do total da região) correspondem a ampliações de sistemas produtores, abastecidos por poços (R$ 256,5 milhões para 232 sedes concentradas no oeste paulista e sudeste mineiro) ou por mananciais superficiais (R$ 3,2 bilhões para 384 sedes distribuídas em todos os estados do Sudeste, incluindo o interior e a região metropolitana do Rio de Janeiro). Verifica-se forte interdependência dos mananciais que abastecem, conjuntamente, as regiões metropolitanas de São Paulo, Baixada Santista e Campinas e, de outro lado, a região metropolitana do Rio de Janeiro, pondo em evidência o papel estratégico das bacias do Alto Tietê; Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ); e Paraíba do Sul no atendimento simultâneo de todas as regiões. Acesse aqui as informações sobre os estados do Sudeste.



Sul: A região totaliza R$ 2 bilhões em investimentos distribuídos em 483 sedes urbanas (16% do universo dos municípios que requerem investimentos). A maior parte dos recursos (R$ 1,7 bilhão ou 85% do total) destina-se à ampliação de sistemas produtores, sendo R$ 835,6 milhões aplicáveis à exploração de mananciais subterrâneos para atendimento a 276 municípios, geralmente de pequeno porte distribuídos na região oeste dos três estados do Sul e coincidentes com as formações vulcânicas e do aquífero Guarani. Os investimentos em adequações de sistemas produtores associados a captações superficiais (R$ 875,8 milhões para 162 sedes urbanas) predominam na região centro-sul do Paraná, norte de Santa Catarina e no oeste do Rio Grande do Sul (em parte da bacia do Rio Uruguai). Para a adoção de novos mananciais foram previstos R$ 299,8 milhões, correspondentes a 38 sedes distribuídas, principalmente, pelo interior do Paraná. Acesse aqui as informações sobre os estados do Sul.



Regiões metropolitanas: Quase todos os principais aglomerados urbanos (incluídas as capitais e as regiões metropolitanas com população superior a 1 milhão de habitantes) necessitam de investimentos para a ampliação da oferta de água, incluindo o aproveitamento de novos mananciais ou a adequação dos sistemas produtores. Os R$ 9,6 bilhões previstos para essas regiões (43% do total para o País) beneficiarão 256 sedes municipais, onde se concentra quase a metade de toda a população urbana brasileira. Exatos 89% desses investimentos estão associados às concessionárias estaduais de saneamento. Essas regiões precisam buscar mananciais cada vez mais distantes e há crescente complexidade da infraestrutura hídrica. As ampliações dos sistemas produtores somam R$ 5,3 bilhões em investimentos, abrangendo as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Florianópolis, São Luís, Salvador, Aracaju, Goiânia, Belém, Macapá e Manaus, além da região integrada de desenvolvimento econômico de Teresina e das seguintes capitais: Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Cuiabá (MT), cujos aglomerados urbanos reunirão, em 2025, cerca de 47 milhões de habitantes em 189 sedes municipais.



Para acessar o Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, visite: www.ana.gov.br/atlas



PRINCIPAIS CONCEITOS:



As soluções propostas pelo ATLAS visam: 1) ampliar ou adequar o sistema de produção de água; 2) adotar novo manancial, conforme o diagnóstico de cada sistema.



O sistema de produção de água compreende a captação da água em rio ou poço, a elevação através de bombas até a Estação de Tratamento de água ou Reservatório, a condução da água por meio de adutoras e o tratamento da água para torná-la potável.



A adoção de novo manancial se dá quando, após a verificação através de estudos hidrológicos, constata-se que a quantidade de água em período de estiagem é ou será insuficiente para atender a demanda atual ou futura de água.



Entende-se por sistema isolado, o sistema de abastecimento que atende a uma sede municipal somente. Assim também, convencionou-se chamar sistema integrado àquele sistema de abastecimento de água que abastece 2 (dois) ou mais municípios.



Investimentos para implantação das obras de abastecimento de água

Ascom/ANA